Saber Viver » Saber Viver n.46
Com informações da Agência de Notícas da Aids
Para integrar cada vez mais a prevenção das hepatites virais às ações contra as DST e aids, o Ministério da Saúde reuniu, pela primeira vez no mesmo espaço, especialistas e representantes da sociedade civil desses dois setores da saúde. O VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST/Aids e I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais aconteceu entre os dias 16 e 19 de junho, em Brasília.
Na abertura do evento, quando o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pegou o microfone para dar boas vindas, vários ativistas se levantaram e com apitos, cornetas e faixas, criticaram o recente desabastecimento de alguns medicamentos contra a aids. Eles deixaram a cerimônia como forma de protesto.
Reduzir estigmas
Nos quatro dias do encontro, muitos assuntos foram debatidos simultaneamente. Como reduzir vulnerabilidades sem promover estigma e o uso de atividades artísticas e culturais para o combate às DST foram alguns dos temas que geraram grande interesse. Pesquisas realizadas com populações específicas, como as profissionais do sexo, e a Política do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária também tiveram suas experiências apresentadas e debatidas.
Houve a participação de especialistas de diferentes estados e municípios do país para debater o tema da resposta brasileira à aids, que, apesar dos avanços, continua sendo um desafio.
Com informações da Agência de Notícas da Aids
Mais de 3 milhões de pessoas participaram da 14ª edição da Parada Gay de São Paulo, no dia 6 de junho. O evento aconteceu um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretar o Dia Nacional de Combate à Homofobia, que será lembrado todo 17 de maio. Com o tema “Vote Contra a Homofobia”, os ativistas pediram ao público que votassem em políticos comprometidos com a causa LGBT.
“Temos que votar em políticos que saíram do armário e que são comprometidos com as nossas demandas”, defendeu o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis. O ativista lembrou ainda as duas demandas urgentes da população gay: o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia.
O público LGBT deu um tom colorido a Parada, mesmo com o discurso oficial sendo realizado de um trio elétrico preto e branco. O evento contou com re pr e sen tantes dos governos Estadual e Federal.
Realizado em junho, o I Seminário de Mulheres Posithivas do Estado do Rio de Janeiro debateu temas como direitos sexuais, reprodutivos e humanos, deficiências e o envelhecimento de mulheres portadoras do HIV/aids. Segundo o Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Enfretamento da Feminização da Aids é o pontapé inicial para garantir às mulheres soropositivas o direito à reprodução. “Estamos criando instrumentos que normatizem as políticas para garantir o direito de reprodução dessas mulheres. É necessário pactuar com os diferentes níveis da população, estabelecer pesquisas para esta prática, comprovar a segurança na fase do pré-natal e dialogar com a comunidade científica”, afirmou a assessora técnica do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Bárbara Graner.
Um gel a base de tenofovir apresentou uma redução de 39% na infecção pelo HIV, segundo o estudo Caprisa, que pesquisou 899 mulheres em Durban, África do Sul. A notícia foi recebida com entusiasmo e comemorada por especialistas em HIV/aids e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Assim que os resultados forem confirmados, com a garantia de segurança e eficácia do gel, vamos trabalhar com países e parceiros para facilitar o acesso ao produto”, afirmou a diretora geral da OMS, Margaret Chan. As mulheres usaram o gel com tenofovir antes e depois das relações sexuais.
Novos medicamentos
De todos os antirretrovirais que estão em estudo no momento, a rilpivirina (TMC278) deve ser o próximo medicamento a ser aprovado para uso em pessoas com HIV/aids. É o Inibidor Não Nucleosídeo da Transcriptase Reversa (INNTR) que apresentou maior potência e menos efeitos colaterais quando comparado ao efavirenz. Outro medicamento que entra na fase final de pesquisa é o GSK572. O novo Inibidor de Integrase se mostrou bastante eficaz em pacientes que estão iniciando a terapia com antir-retrovirais, e também naqueles que já falharam com o raltegravir e estão sem opções de tratamento. O GSK572 deve ser aprovado para uso até o final de 2011.